quinta-feira, 4 de março de 2010

Que bom que você veio, Sacha.


Na madrugada incerta e nos arredores relativos do Bar do Wlad, no centro de Ermelino, vampiros sonolentos estreavam a primeira garoa paulistana de 2010, observando e medindo desinteressados, incautas jugulares que pulsavam suavemente etílicas. Que bom que você veio, Sacha, o chuvisco parecia sussurrar.
Já passava das quatro da manhã do sábado, 27/02, quando saí do bar, um pé depois do outro, os cabelos molhados pelo sereno e esgueirando-me por entre roqueiros e vampiros vestidos de preto, devidamente escoltado pelos anjos Sueli Kimura, Célia Cabelo e Sacha Arcanjo.
É verdade que eu estava melanciado ao extremo e esgotado pelo cansaço, mas de alma leve e lavada pela chuva do dever cumprido, voando na sensação de ter participado nos últimos quatro meses de um projeto essencial – o CD Sacha, 60.
Alguns gatos pingados renitentes ainda insistiam nas últimas saideiras, lembro vagamente de ter cumprimentado na saída o Jorge Gregório, o Raberuan e a Cláudia, o Edvaldo Santana, o Heron Alcântara e o Edsinho Tomaz enquanto procurava desesperado as chaves do carro. Lembro que haviam outros mas a minha memória não consegue fixar nome ou imagem de ninguém porque vai e vem como ondas do mar.
A ficha caiu no dia seguinte quando acordei e vi as fotos do evento salvas por Sueli Kimura. Elas revelaram que a Festa de Lançamento do CD Sacha, 60, foi um momento raro de integração que celebrou a amizade e a alegria por meio da história de um poeta genial que chegou em São Miguel Paulista há quarenta anos atrás, vindo da Bahia, para plantar aqui a semente de um dos mais importantes movimentos de arte e cultura popular desse país.
Que bom que você veio, Sacha, as fotos parecem gritar.

Akira Yamasaki.

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