segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Buraco d'Oráculo agita o Jardim das Oliveiras


O IPEDESH, em parceria com moradores do Jardim das Oliveiras e com a EE Prof. João Prado Margarido na figura da sua Diretora, Dona Lucinaide,  recebeu  com muita alegria e orgulho no dia 21/02/2010, a última criação do Buraco d’Oráculo, o genial espetáculo de teatro de rua “SER TÃO SER – NARRATIVAS DA OUTRA MARGEM”, construido a partir de relatos das histórias de vida de moradores do extremo leste da cidade de São Paulo. Pontualmente às 17h a peça começou na Rua Enseada de Itapacorória e teve que terminar dentro da escola por causa da chuva.
Divulgação precária como sempre, os panfletos chegaram um dia antes do evento. No sábado, 20/02, Akira e Raberuan sairam dando murro em ponta de faca cozinhando debaixo de um sol infernal, de rua em rua e de casa em casa, convidando o povo para o teatro de na frente da escola, e Jorge e Graça divulgaram o evento na paróquia do bairro, nas missas do domingo de manhã. Sueli Kimura foi poupada porque estava de molho com uma indisposição intestino/estomacal devido uma friagem.
Meia hóra antes da indaga no dia 21, às 16h30, a Enseada de Itapacoróia foi trancada por três carros de cada lado e Raberuan e Akira, num último esforço para divulgar o evento sairam cantando e anunciando como dois doidos varridos e xaropes pelas ruas do em torno:

“Alô, alô, Dona Maria
Esquece o Faustão
Desliga a televisão
Tira a bunda do sofá
Porque o teatro de rua
Já está pra começar.”

E não é que o povo veio mesmo? Mais de 100 pessoas, adultos, crianças - os mais velhos com trouxeram banquinhos de plástico -, quase chorei, tudo bem, confesso uma lágrima furtiva, para beber a poesia do Buraco d’Oráculo, para comer as palavras dos retirantes, para chorar a falta de um teto para morar, para rir e dançar o forró bate-coxa numa festa de casamento, para se organizar e lutar por dias melhores e principalmente, para se encantar com a enorme alegria colorida desse grupo de teatro que é fundamental e essencial para a Zona Leste.
Murro em ponta de faca, dirão, Davi contra Golias, ironia ingênua, mas a verdade é que  por cerca de uma hóra no horário nobre de um domingo, cerca de 100 pessoas esqueceram a poderosa Globo com seus Faustões e seu futebol domingueiro. 

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